quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

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   Então a lágrima mancha o sorriso. Suga sua energia para dela se alimentar. Rouba-lhe a vida como um parasita, toma corpo e se multiplica. E, pelas lágrimas, escorre a tristeza. O sofrimento derrete-se no fundo olhos e escapa modestamente da matéria. Porém, já livre, não evapora levando consigo o passado, mas retorna ao corpo para dele se apossar. Infiltra-se pelos poros, fundindo-se ao sangue. É, agora, parte da matéria, e por ela circula livremente. Vira essência, a vicia.
   E o amargo beijo, outrora tão doce, perdura inabalável na eternidade do pensamento.