segunda-feira, 13 de setembro de 2010


que a música fosse mais alta que as minhas vozes
maior que meus gritos
envolveria meu corpo fazendo-o nota, melodia
o pó metafísico
sentidos dissolutos em transcendental
ando com vontade de mijar contra o vento
gritá-lo na cara dos podres
vis, céticos de qualquer poesia
imundos a cada suspiro
estão, apenas
exalando o que não sentem
profetizam os olhos dos mortos
sintam o cheiro de mortos
vejam suas almas largadas no chão
acordaria-os a socos
punhos trazendo-os a algum lugar
veriam, por fim, o meu rosto
meus olhos cobertos do pó
veriam o rosto do mundo
a cera engolida, o gosto desperto
ouvidos abertos a faca
transposto o silêncio dos mortos
seriam ouvidas minhas vozes
e ao berro, acima da música,
mandá-los-ia todos para a puta que pariu

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