“I
Tudo o que é espontâneo é digno
por isso não alterei o verso acima
e nem alterarei sequer um ponto deste poema
Mas eis o que há de mais espontâneo
os pontos com que espaço estes versos
são aqueles com que espaçamos a vida.
Cada passo é uma vírgula
Um salto,
uma exclamação.
Pontuar é expor a alma da forma
mais cabível
Cabível não cabe nestes versos
Mas vide o verso 3
Acho que agora não sou sequer
um travessão
Estou o espaço entre duas palavras
duas letras
Há um espaço entre as letras.
Ser é o estar pulsante
Agora, sou.
Sou de uma paz que agradeço por não ser
latente.
Acho que acabaram meus versos.
II
O absurdo de pensar que
enquanto atravesso este túnel
não penso em nada.
III
A beleza da vida ao acaso
vida improvisada
‘Vem comigo’
Já disse que toda espontaneidade é digna.
O espetáculo dos matizes dos gestos
renegando o protocolo,
o previsível,
o imprevisível articulado,
manipulado
Profanado.
Há um ridículo no jogo dos artifícios.
IV
Estou gastando minha poesia escrevendo
Vou guardá-la um pouco para viver.”
FODA, sem mais!
ResponderExcluirIncrível.
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