Me vi de repente em uma roda de samba – nem tão roda e nem tão samba. Para minha namorada, estou em casa; não que eu tenha mentido, mas estava subentendido. Depois eu conto. E agora estou escrevendo quieta num canto, só ouvindo o não tão samba, e olhando... só olhando, o que nem é bem para ser olhado.Mas é isso, subiu a vontade: escrever. Porque para ler minha cabeça está girando depressa demais. Dormirei com a cama a galope.
Pessoas me olham e, certamente, pensam que sou passível de algum tipo de bullying: escrevendo em uma roda de samba.
Pessoas me olham e, certamente, pensam que sou passível de algum tipo de bullying: escrevendo em uma roda de samba.
(...)
O vento está batendo forte. Estou tremendo e minha letra está tremida. Escrevi assim mesmo, juro: estou e está. Acho que a tremedeira começa no joelho e vai até a boca, passando pela caneta. Só porque ainda não aprendi a tremer as orelhas.
A música está dizendo preu ficar. Fico?
(viro a página – fico.)
batem palmas quero ir pra mais perto não quero vírgulas
Tem gente girando e dançando com garrafas de eu quero na mão. Meu dinheiro pra bebida acabou, só resta o do ônibus, e desse ainda não desapeguei.
(...)
O efeito está passando, sou só eu mesma. Que bosta! (risos)
“Cerveja gelada vai chegar em cinco minutos!”. Construção. É do que preciso para ficar aqui pra sempre.