sexta-feira, 15 de julho de 2011

Roda de Samba


    Me vi de repente em uma roda de samba – nem tão roda e nem tão samba. Para minha namorada, estou em casa; não que eu tenha mentido, mas estava subentendido. Depois eu conto. E agora estou escrevendo quieta num canto, só ouvindo o não tão samba, e olhando... só olhando, o que nem é bem para ser olhado.Mas é isso, subiu a vontade: escrever. Porque para ler minha cabeça está girando depressa demais. Dormirei com a cama a galope.
    Pessoas me olham e, certamente, pensam que sou passível de algum tipo de bullying: escrevendo em uma roda de samba.
    (...)
    O vento está batendo forte. Estou tremendo e minha letra está tremida. Escrevi assim mesmo, juro: estou e está. Acho que a tremedeira começa no joelho e vai até a boca, passando pela caneta. Só porque ainda não aprendi a tremer as orelhas.
    A música está dizendo preu ficar. Fico?
    (viro a página – fico.)
    batem palmas quero ir pra mais perto não quero vírgulas
    Tem gente girando e dançando com garrafas de eu quero na mão. Meu dinheiro pra bebida acabou, só resta o do ônibus, e desse ainda não desapeguei.
    (...)
    O efeito está passando, sou só eu mesma. Que bosta! (risos)
    “Cerveja gelada vai chegar em cinco minutos!”. Construção. É do que preciso para ficar aqui pra sempre.

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